No mês dedicado à conscientização sobre a prevenção do suicídio, o Setembro Amarelo, o Ministério Público de Sergipe, por meio da Escola Superior e dos Centros de Apoio Operacional da Saúde e da Infância e Adolescência, promoveu, nesta segunda-feira, 11, um debate esclarecedor sobre a saúde mental infantojuvenil e seus aspectos jurídicos. O seminário temático, realizado no auditório Promotor de Justiça Valdir de Freitas Dantas, na sede do MP, reuniu autoridades, especialistas, profissionais de saúde e juristas para discutir a importância da rede de atenção à saúde mental nesse contexto.
O tema central do evento reforçou a necessidade de uma abordagem interdisciplinar para enfrentar os desafios que as crianças e adolescentes enfrentam em relação à saúde mental e aos aspectos legais que envolvem seu cuidado. O mote do Setembro Amarelo, em 2023, é “Se precisar, peça ajuda!”.
O Procurador-Geral de Justiça, Manoel Cabral Machado Neto, fez a abertura do evento fazendo um chamado para que as pessoas estejam atentas ao comportamento das crianças e adolescentes. “Os pedidos de ajuda começam em nossas casas, no nosso dia a dia. A gente precisa estar em sintonia com nossas crianças e adolescentes, para não subestimar os problemas delas. Em uma fase da vida que é voltada para a construção de sonhos, recheada de bons momentos, alegrias e esperança, hoje, você observa um crescimento assustador de suicídio. Os órgãos e a rede de atenção jamais podem descuidar dessa problemática e o Ministério Público deve estar presente, dando apoio naquilo que estiver ao seu alcance, dentro das suas atribuições institucionais”, afirmou.
Como forma de estimular a reflexão, a Professora Silvia Maria de Aquino Neves, voluntária do Centro de Valorização da Vida (CVV) há 16 anos, exibiu o vídeo “Um cachorro preto chamado depressão”. Conheça mais sobre o CVV aqui.
Aproveitando esse gancho, a Diretora do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Adolescência, Talita Cunegundes, reforçou a necessidade de exercer a empatia no dia a dia. “As vezes é importante a gente parar, dar uma pausa para refletir sobre a nossa saúde mental, sobre o nosso estado emocional. Nós estamos conectados com o nosso trabalho, conectados tecnologicamente, mas estamos sendo distanciados da nossa humanidade. A gente precisa revisitar conceitos básicos, até mesmo de educação doméstica, do bom dia, do boa tarde, do boa noite, exercitar palavras de afeto às pessoas que estão próximas, que realmente precisam ouvir e se sentirem acolhidas, em especial às nossas crianças e adolescentes”, pontuou a Promotora de Justiça.
O Diretor do Centro de Apoio Operacional da Saúde, Raymundo Napoleão Ximenes, ratificou o raciocínio e alertou para problemas que, em muitos casos, estão associados ao comportamento do público infantojuvenil. “Nós precisamos cuidar das nossas crianças e adolescentes, especialmente aqueles que se deparam com o abandono afetivo, com a violência sexual, que estão em um contexto de vulnerabilidade. As estatísticas não nos deixam mentir. É arregaçar as mangas, se apaixonar pelas causas e cuidar de cada um deles”, frisou o Promotor de Justiça.
> Palestras
O evento contou com as palestras “Saúde Mental de Janeiro a Janeiro: Uma Abordagem Psicossocial”, com a Psicóloga, Mestre em Saúde Coletiva e Coordenadora do curso de Pós-graduação em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Unit, Tais Fernandina, e “Aspectos Jurídicos no Fluxo de Atendimento Infantojuvenil junto à REAPS”, a Advogada, pós-graduada em Direito Médico e Bioética, Presidente da Comissão de Direito Médico e Saúde da OAB/SE, Presidente da Federação dos Hospitais Filantrópicos de Sergipe e Coordenadora Jurídica do Hospital São José, Carolina Santos.
As discussões destacaram a importância de compreender as complexidades psicológicas e sociais que afetam as crianças e adolescentes, especialmente em um mundo cada vez mais digital e estressante. Foram discutidas estratégias de prevenção, identificação precoce e apoio psicossocial para promover o bem-estar emocional dos jovens.
Também foram pontuados os direitos das crianças e adolescentes no contexto de saúde mental, destacando a importância da legislação e das políticas públicas para garantir um atendimento adequado e respeitoso. Também foram discutidos desafios legais comuns e melhores práticas para garantir o acesso à justiça nesse campo.
Os participantes do evento também puderam fazer questionamentos e debater especificidades. O seminário exemplificou a importância de uma abordagem colaborativa e integrada para enfrentar os desafios complexos da saúde mental infantojuvenil, representando um passo significativo na direção para construir uma sociedade mais informada e acolhedora para as futuras gerações.
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