Alertar a sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama. Com esse objetivo, a Procuradoria-Geral de Justiça, por intermédio do Centro de Apoio Operacional dos Direitos da Mulher (CAOp Mulher), lançou a campanha “Outubro Rosa – Um toque de amor próprio”. O evento contou com a participação de diversas autoridades, entidades de acolhimento, profissionais da área de saúde e cidadãos interessados no tema.
“A proposta do Ministério Público é que, neste mês de outubro, nós chamemos a atenção para a necessidade de a mulher se manter hígida psicologicamente diante de um diagnóstico como o câncer de mama. Então, o CAOp da Mulher lançou a campanha junto com as equipes do Centro de Memória e das Divisões de Comunicação e Design, para que possamos, ao longo deste mês, tratar de questões relacionadas à saúde da mulher e principalmente dos exames preventivos, porque o diagnóstico precoce é extremamente importante para combater a doença”, explicou a promotora de Justiça Euza Missano, diretora do CAOp Mulher e da Divisão de Comunicação do MP.
Após a abertura oficial, realizada pela procuradora de Justiça Christina Brandi, coordenadora geral do MP, e pela promotora Euza Missano, o médico Carlos Alberto Santiago ministrou palestra com o tema “Um toque de amor próprio”. Ele disse que, apesar da tempestade provocada pelo diagnóstico de câncer, o paciente oncológico tem uma oportunidade de ressignificação da vida. Santiago também parabenizou o Ministério Público pela escolha do tema. “É justamente o amor – próprio, dos familiares, da sociedade, do cuidador, do profissional de saúde – que vai dar fortaleza, que vai criar uma situação de resiliência, uma situação de enfrentamento muito melhor. O amor, na verdade, é quem tem a força suficiente para transformar o mundo, para transformar as pessoas”, salientou o palestrante.
O médico oncologista William Soares reforçou a importância da campanha. Ele disse que, durante milhares de anos, o câncer foi considerado um tabu, porque era mortal, mas essa realidade mudou. “Não havia tratamento. A terapêutica era muito pobre. Lembro que, quando eu comecei a fazer cancerologia, por volta de 1976, nós tínhamos meia dúzia de drogas, um aparelhinho de cobalto e os pacientes sofriam muito. Hoje isso não mais existe, porque a oncologia evoluiu muito. Agora temos drogas bastante eficazes, inclusive, algumas delas, específicas para cada caso”, esclareceu. William também frisou a contribuição do médico brasileiro Fernando Gentil, que revolucionou o tratamento, adotando um método cuja finalidade era conservar ao máximo o corpo do paciente.
Além do trabalho de conscientização, o MP também atuará no sentido de garantir a efetividade dos serviços de saúde. “Nós faremos uma grande reunião com as instituições responsáveis pela assistência, aqueles com quem a mulher poderá contar para a realização dos procedimentos, porque não é crível que se faça um diagnóstico precoce, com probabilidade de cem por cento de cura, e não se consiga fazer o tratamento adequado”, ressaltou.
Exposição Fotográfica
Ao som do coral da Associação de Apoio ao Adulto com Câncer do Estado de Sergipe (AAACASE), também foi instalada a exposição “Ele não roubou o meu sorriso”, do fotógrafo Bruno César. A mostra poderá ser visitada até o dia 11 de outubro, das 07 às 14 horas, no foyer do auditório Promotor de Justiça Valdir de Freitas Dantas, localizado no edifício-sede do Ministério Público.
“A ideia de fotografar essas mulheres surgiu em 2016, quando percebi o tamanho da campanha feita pelos órgãos e instituições, através de iluminação da fachada com a cor rosa e ações de divulgação durante todo o mês. Lancei a proposta nas redes sociais e selecionei dez mulheres com câncer de mama. Eu queria mostrar as cicatrizes de uma forma que sensibilizasse a todos, mas, acima de tudo, que trouxesse de volta a autoestima delas, para que percebessem que, apesar das marcas da doença, elas são belas”, disse Bruno César. Segundo ele, o trabalho entre planejamento e execução dura muito tempo e é cansativo, mas a recompensa é poder ouvir depoimentos emocionados, quando tudo está concluído.
Ângela Oliveira, uma das mulheres fotografadas, classificou o ensaio como uma maravilhosa ferramenta no resgate da autoestima. Ela fez um relato da experiência pessoal, mostrando onde encontrou a força necessária para seguir em frente. E não hesitou em dizer: “não é bom ter câncer, mas eu era uma pessoa antes do diagnóstico; hoje, me tornei outra, muito melhor”.
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Fotos: Celene Moraes